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29 de fevereiro de 2012

Microhabitat use and feeding habits of Crossodactylus bokermanni Caramaschi and Sazima, 1985 (Anura, Hylodidae) at a site in southeastern Brazil

Milena Wachlevski, Paulo H. C. Souza, Katia Kopp and Paula C. Eterovick

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Resumo: Estudamos uma população de Crossodactylus bokermanni em um riacho na Reserva Particular do Patrimônio Natural, Santuário do Caraça, sudeste do Brasil, com relação ao uso de microhabitat e dieta. Foram caracterizados os microhabitats em função da distância do substrato, à água e ao nível de exposição do indivíduo ocupante (exposto ou abrigada), e adjacentes microhabitats aquáticos (avaliados como potenciais locais de nidificação com base em ninhos observados), de acordo com a corrente de água (ausente, lenta ou rápida), substrato e profundidade. Indivíduos acusticamente ativos, indivíduos acusticamente inativos, as fêmeas grávidas, fêmeas não grávidas e jovens mostraram sobreposição espacial de nicho maior do que o esperado ao acaso, com os machos acusticamente ativos apresentando maior preferência por microhabitats perto de potenciais locais de nidificação (com profundidades intermediárias, correnteza rápida e fundo de areia). Apenas 14 de 48 indivíduos tinha presas em seus estômagos. Os itens alimentares com maiores valores de eletividade foram Coleoptera e Diptera, mas presas com alta e baixa mobilidade foram exploradas.

28 de fevereiro de 2012

The role of body size on the outcome, escalation and duration of contests in the grey treefrog, Hyla versicolor

Michael S. Reichert and H. C Gerhardt

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Resumo: Interações agressivas em animais são muitas vezes resolvida em favor do indivíduo com  capacidade superior de luta ou potencial armazenamento de energia (resource-holding potential - RHP). Um recente relançamento dos estudos de comportamento agressivo tem focado a atenção nas estratégias de avaliação utilizadas em competições animais. Estratégias de resolução de conflitos através de avaliação mútua e auto-avaliação do RHP diferem na relação entre a duração prevista de interação e o RHP relativo e absoluto de cada concorrente. Estudamos componentes potenciais do RHP (massa, comprimento, condição física) e sua relação com a duração da competição e o nível de escalonamento na perereca cinza, Hyla versicolor, utilizando um método inovador para organizar interações agressivas em laboratório. Em geral, grandes indivíduos eram mais propensos a ganhar do que os indivíduos pequenos, mas eles só tinham vantagem em interações pouco escalonadas, não tendo mais sucesso em combates físicos. Houve evidência limitada para uma influência do tamanho corporal sobre a duração da interação ou o nível de escalonamento. Especificamente, a condição física dos indivíduos menores e maiores foi fracamente e negativamente relacionada com a duração e o nível de escalonamento das disputas. Essa relação é o oposto do que seria esperado em qualquer estratégia de avaliação. Tendo em vista estes dados, juntamente com a falta de relação entre as medidas de tamanho e a duração interação, concluímos que a avaliação do tamanho corporal não ocorre em disputas de H. versicolor. Outros componentes da RHP não medidos podem desempenhar algum papel na determinação da duração da interação e a habilidade de luta relativamente fracos e ineficazes desta espécie podem limitar o predomínio de indivíduos maiores. Relativamente pouco é conhecido sobre o comportamento agressivo em sapos. Nosso método para amostrar as interações agressivas permite-nos destacar importância para os modelos da teoria dos jogos em estudos de comunicação animal.

Why be a cannibal? The benefits to cane toad, Rhinella marina [¼Bufo marinus], tadpoles of consuming conspecific eggs

Michael R. Crossland, Mark N. Hearnden, Ligia Pizzatto, Ross A. Alford and Richard Shine

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Resumo: Ao contrário de muitas espécies que são "ocasionalmente" canibais, os girinos de sapos-cururus visam especificamente ovos coespecíficas para consumo, ignorando os ovos de espécies de anuros simpátricos (pelo menos dentro da atual invasão na Austrália). Testamos três hipóteses a respeito dos benefícios de consumir ovos coespecíficos: transferência de toxinas dos ovos (que têm teor de toxinas alto) para girinos (que têm menor teor de toxina), entrada nutricional e redução da competição no futuro. Não encontramos nenhuma evidência de transferência de toxina, mas os ovos continham alimentação suficiente para girinos canibais se desenvolverem até a metamorfose e o consumo dos ovos aumenta a taxa de crescimento dos girinos e redução da competição subseqüente entre girinos jovens. Características da história natural (por exemplo deposição sincronizada e desenvolvimento de todos os ovos de uma desova; atraso entre incubação e início da alimentação; estágio larval curto em relação ao intervalo entre desovas de uma determinada fêmea adulta) apontam que os canibais provavelmente  ​não são parentes próximos dos indivíduos que consomem (seja como ovos ou recém-metamorfoseado). A seleção de parentesco pode, assim, favorecer, em vez de opor-se ao canibalismo. O resultado final é que girinos de sapos canibais obtêm benefícios através da nutrição e futura competição reduzida, com pouco risco colateral de comer seus próprios irmãos. Outro custo potencial de canibalismo (risco de transmissão da doença) pode ser mínima neste sistema, porque os ovos não são susceptíveis de conter agentes patogênicos (refletindo seus breves períodos embrionários e camadas protetoras de material gelatinoso). A combinação destas forças favoreceu a evolução do canibalismo em girinos sapo-cururu.

27 de fevereiro de 2012

Calling activity of Crossodactylus gaudichaudii (Anura: Hylodidae) in an Atlantic Rainforest area at Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil

Maurício Almeida-Gomes, Monique Van Sluys and Carlos F. D. Rocha

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Resumo: A atividade de vocalização em anfíbios anuros pode ser influenciado por diversas variáveis ​​ambientais que podem afetar tal atividade de diferentes maneiras. No presente estudo, investigou-se a relação da atividade de vocalização diária de machos da espécie diurna Crossodactylus gaudichaudi com algumas variáveis ​​ambientais. O estudo foi realizado entre julho de 2003 e junho de 2005 em uma área de Mata Atlântica na Ilha Grande, uma ilha localizada no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. As observações
foram feitas em três pontos fixos na floresta, adjacentes aos córregos, sempre de 5:00-19:00 h, um dia por mês. Verificou-se que os machos de C. gaudichaudii têm atividade de vocalização estritamente diurno, permanecendo ativos durante todos os meses do ano. As maiores contagens de vocalizações emitidas foram registadas, em geral, no início e no fim de cada dia de amostragem. Temperatura do ar, umidade relativa do ar e intensidade de luz afetou a taxa diária da atividade de vocalização de diferentes maneiras, sendo que a temperatura do ar e da intensidade luminosa parecem ser os fatores mais importantes que influenciam a vocalização das espécies. O fotoperíodo parece ser o principal fator regulador da extensão da atividade de vocalização ao longo do ano em machos de C.gaudichaudii.

The emerging amphibian pathogen Batrachochytrium dendrobatidis globally infects introduced populations of the North American bullfrog, Rana catesbeiana

Trenton W. J. Garner, Matthew W. Perkins, Purnima Govindarajulu, Daniele Seglie, Susan Walker, Andrew A. Cunningham and Matthew C. Fisher

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Resumo: Batrachochytrium dendrobatidis é o fungo chytridiomycete que tem sido implicado em declínios globais de anfíbios e extinções de numerosas espécies. Aqui, nós mostramos que a introdução de rãs norte-americanas (Rana catesbeiana) consistentemente podem transmitir este fungo patogênico emergente. Detectamos infecções por este fungo em rãs introduzidas em sete dos oito países, usando PCR e técnicas de microscopia. Somente rãs nativas do leste do Canadá e rãs introduzidas do Japão não mostraram nenhum sinal de infecção. A rã-touro é o anfíbio mais comum de criação, podendo escapar e estabelecer populações selvagens. Esses fatores em conjunto com nosso estudo sugerem que a ameaça global da transmissão da doença B.dendrobatidis representada pela rã-touro é significativo.

25 de fevereiro de 2012

FAUNA DE ANFÍBIOS, RÉPTEIS E MAMÍFEROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SUDESTE DO BRASIL

Carlos F. D. Rocha, Helena G. Bergallo, José P. Pombal Jr., Lena Geise, Monique Van Sluys, Ronaldo Fernandes e Ulisses Caramaschi.

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Resumo: A Mata Atlântica brasileira é considerada um dos ecossistemas de maior biodiversidade e taxa de endemismos do planeta. Nas latitudes do Estado do Rio de Janeiro essas características são acentuadas, definindo a região como área de relevância dentro do “hotspot” Mata Atlântica. Neste estudo são apresentadas as espécies de anfíbios, répteis e mamíferos existentes nos limites político-geográficos do Estado do Rio de Janeiro, como resultado de investigação da literatura, depósitos em coleções e registros pessoais de pesquisadores. Foi registrada a ocorrência de 478 espécies, sendo 166 espécies de anfíbios distribuídas em nove famílias, 127 espécies de répteis em 21 famílias e 185 espécies de mamíferos em 36 famílias. Entre os anfíbios, 35 espécies foram consideradas endêmicas do Estado do Rio de Janeiro, enquanto que cinco espécies de répteis e três de mamíferos têm a mesma característica. São referidas as subespécies atribuídas à fauna do Estado, bem como as espécies introduzidas e aquelas ainda não descritas formalmente. A alta diversidade encontrada pode ser, em grande parte, explicada pelas características do relevo acidentado e de particularidades edáficas da região, que promovem a ocorrência de diferentes hábitats, tais como florestas de baixada litorânea, florestas de encosta e ombrófilas densas, campos de altitude, restingas, mangues, rios, riachos, lagoas, lagunas e brejos, além dos ambientes marinhos costeiros.

A New Species of Hylodes (Anura: Hylodidae) from the Brazilian Atlantic Forest

Rodrigo Lingnau, Clarissa Canedo e José P. Pombal Jr.

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Resumo: Descrevemos uma nova espécie de rã de riacho, gênero Hylodes, do sul e sudeste do Brasil. A nova espécie é atribuída ao grupo de espécies Hylodes nasus e é caracterizada pelo tamanho grande, corpo robusto, superfície dorsolateral granular, ausência de listra dorsolateral, tamanho moderado na franja da margem externa do dedo V e canto de anúncio com duração de nota longa. A nova espécie é morfologicamente semelhante a Hylodes asper, mas é prontamente separada das demais espécies pela sua vocalização distinta e pela menor franja no lado exterior do dedo V. Descrição do canto de anúncio e notas comportamentais são fornecidas.

24 de fevereiro de 2012

Exotic species introductions into South America: an underestimated threat?

Jon Paul Rodríguez

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Resumo: Estudos anteriores sobre a extensão latitudinal e o impacto ecológico de espécies de plantas exóticas sugerem que as zonas de alta diversidade, tais como o Neotrópico, podem ser relativamente 'resistentes' a invasões. Para explorar a generalidade desta afirmação e avaliar o impacto de espécies exóticas em faunas tropicais continentais, eu compilei dados para os animais neotropicais ameaçados da Bolívia, Brasil, Minas Gerais (estado brasileiro), Peru e Venezuela. Um total de 378 espécies (incluindo os vertebrados e invertebrados) foram consideradas. Para cada táxon, registrei se ele está ameaçado pela conversão do habitat, superexploração e/ou espécies exóticas. Como sugerido por outros pesquisadores, introduções de espécies exóticas parecem ter relativamente pouca importância na América do Sul, ameaçando apenas 6% de táxons animais. No entanto, muitos animais da América do Sul são, eles próprios, invasores recentes ou sobreviventes do Grande Variação Biótica Americana (GABI), que começou durante o Plioceno. Aqui, ponho a hipótese de que a GABI pode ter agido como um "filtro de extinção", deixando grupos da fauna, em sua maioria de origem sul-americana, relativamente mais ameaçados pela atual onda de invasores exóticos do que aqueles de origem norte-americana. Os dados corroboram essa previsão. Para grupos cujo os padrões de diversidade atuais não foram fortemente influenciadas pela GABI, as espécies exóticas são de fato uma ameaça importante. Por exemplo, invasores exóticos ameaçam 29% dos peixes continentais e 30% dos anfíbios, valores comparáveis ​​aos registados em áreas temperadas. Conforme a  obtenção de mais informações sobre esses táxons menos estudados se torna disponível, a magnitude da ameaça representada pela introdução de espécies exóticas provavelmente irá se revelar grande. De suma importância é avaliar o impacto de invasões biológicas em reinos que apenas foram expostos recentemente a táxons exóticos, tais como a fauna aquática das drenagens numerosas que ocorrem ao longo das encostas leste e oeste da América do Sul. Os resultados dessas investigações fornecem previsões para pesquisa semelhante focada em outras regiões continentais tropicais do mundo.

Vast underestimation of Madagascar’s biodiversity evidenced by an integrative amphibian inventory

David R. Vieites, Katharina C. Wollenberg, Franco Andreone, Jörn Köhler, Frank Glaw and Miguel Vences

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Resumo: Os anfíbios estão em declínio em todo o mundo. No entanto, seus padrões de diversidade, especialmente nos trópicos, não são bem compreendidos, principalmente por causa de informações incompletas sobre taxonomia e distribuição. Avaliamos a variação morfológica, bioacústica e genética dos anfíbios de Madagascar, uma das primeiras amostragens quase completa de um táxon dentro de um hotspot da biodiversidade. Com base em sequências de ADN de 2.850 espécimes amostrados em mais de 170 localidades, nossas análises revelam uma proporção extrema de diversidade de anfíbios, projetando um aumento de quase duas vezes em número de espécies a partir das 244 espécies descritas atualmente a um mínimo de 373 e até 465. Esta diversidade é generalizada geograficamente e na maioria das linhagens filogenéticas principais, exceto em alguns gêneros previamente bem estudados, e não se restringe a clados morfologicamente crípticos. Podemos classificar as linhagens genealógicas em espécies candidatas confirmadas e não confirmadas ou linhagens coespecíficas profundamente divergentes com base na concordância das divergências genéticas em relação a outros caracteres. Essa abordagem integradora pode ser amplamente aplicável para melhorar as estimativas da diversidade dos organismos. Nossos resultados sugerem que, em Madagascar o padrão espacial de riqueza de anfíbios e endemismo devem ser revisitados, e a destruição do habitat atual pode estar afetando mais espécies do que se pensava, em anfíbios, bem como em outros grupos animais. Este estudo de caso sugere que a diversidade de anfíbios em todo o mundo tropical está provavelmente subestimada a um nível sem precedentes e salienta a necessidade de levantamentos taxonômicos integrados como base para os esforços de conservação, priorizando áreas de hotspots da biodiversidade.

17 de fevereiro de 2012

Anuran Calling Survey Optimization: Developing and Testing Predictive Models of Anuran Calling Activity

Charlotte K. Steelman and Michael E. Dorcas

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Resumo: Populações de anfíbios anuros, em particular, estão em declínio em todo o mundo e os programas que usam registros de vocalização foram criados para monitorar as populações de anuros. Modelos que descrevem a influência do ambiente sobre a vocalização podem ser úteis para aumentar a otimização dos registros. Usando um sistema de gravação automática, foi avaliada a atividade de vocalização de Pseudacris crucifer, Pseudacris feriarum e Rana sphenocephala em uma zona úmida efêmera no Piemonte da Carolina do Norte. Utilizou-se regressão logística para modelar as variáveis ​​ambientais que afetaram significativamente a atividade de vocalização. Modelos revelaram que, para P. crucifer, temperatura da água e do ar influenciaram positivamente a vocalização, ao passo que dia do ano, pressão barométrica e intensidade luminosa influenciaram negativamente a vocalização. Para P. feriarum, temperatura do ar influenciou positivamente a vocalização e dia do ano, umidade relativa, velocidade do vento, pressão barométrica e intensidade luminosa influenciaram negativamente a vocalização. Finalmente, a temperatura do ar influenciou positivamente a vocalização em R. sphenocephala, enquanto que a temperatura da água, umidade relativa, velocidade do vento e intensidade luminosa influenciaram negativamente a sua vocalização. A partir desses resultados, desenvolvemos modelos para prever as melhores condições para realizar registros de vocalização de anuros. Os modelos foram testados utilizando dados coletados anteriormente a partir de registros de vocalizações realizados na mesma região da Carolina do Norte e verificou-se prever com precisão a atividade de vocalização em aproximadamente 70%. Discutimos como os dados de previsão do tempo podem ser aplicados a estes modelos para determinar os melhores horários para realizar pesquisas com vocalizações e como modelos iguais aos desenvolvidos neste estudo podem ser usados ​​para interpretar os dados anteriormente coletados durante pesquisas com vocalizações de anfíbios.

Conservation of Brazilian Amphibians

Débora L. Silvano and Magno V. Segalla

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Resumo: O Brasil é o líder mundial em diversidade de anfíbios, com 765 espécies, a maioria dos quais foram descrito nos últimos 40 anos. A Lista Oficial Brasileira de Espécies Ameaçadas e os resultados de uma oficina para a Avaliação Global de Anfíbios indicam que 26 espécies estão ameaçadas. A maioria destes ocorrem em  Mata Atlântica, um dos hotspots mundiais de biodiversidade. A principal ameaça para os anfíbios é a destruição de seus habitats por meio da conversão de desmatamento, em área agrícola, mineração, incêndios florestais e infra-estrutura de desenvolvimento e urbanização. No Brasil, pouco se sabe sobre outras causas de declínio dos anfíbios registrado em todo o mundo, como os pesticidas, doenças infecciosas, mudanças climáticas,espécies invasoras ou comércio de vida selvagem. Políticas de conservação brasileiras incluem importantes instrumentos jurídicos como  a Lista Oficial de Espécies Ameaçadas e a seleção de áreas prioritárias para medidas de conservação em todos os grandes biomas do Brasil. Embora haja poucas informações sobre distribuição geográfica e história natural e ecologia da grande maioria da espécies atualmente reconhecidas, uma série de importantes estudos regionais para a conservação dos anfíbios estão sendo realizadas. Novas espécies são descobertas a cada ano.

Taxocenose de anuros (Amphibia: Anura) em uma área de Floresta Ombrófila Densa no Sul do Brasil

Camila G. Armstrong e Carlos E. Conte

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Resumo: A riqueza de espécies, o uso de habitat e a identificação das principais ameaças sobre uma taxocenose de anfíbios anuros foram determinadas ao longo de 19 meses, em uma localidade originalmente coberta de Floresta Ombrófila Densa no município de Morretes, Paraná, Brasil. Foram registradas 32 espécies de anuros pertencentes a 10 famílias. A anurofauna local apresenta 58% das espécies associadas à ambientes de área aberta e 42% associadas à ambientes florestais. Dentre todos os modos reprodutivos registrados, o modo tipo um – ovos e larvas exotróficas em habitats lênticos, foi o mais comum, especialmente em Hylidae. A atividade de desmatamento, que atualmente é umas das causas de maior efeito negativo sobre populações de anfíbios, ocorre a pelo menos 28 anos nessa região. Iniciativas de conservação e o manejo adequado da área são necessários para que a diversidade de anuros possa ser preservada.

Patterns of advertisement call evolution in toads and chorus frogs

Reginald B. Cocroft and Michael J. Ryan

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Resumo: Padrões de evolução nos sinais acústicos de dois grupos de anfíbios anuros foram examinados. Matrizes de caracteres vocais para os clados de Bufo (Bufonidae) e Pseudacris (Hylidae) foram obtidos a partir da análise de vocalizações gravadas, e esses caracteres vocais foram mapeados em árvores filogenéticas com base em dados morfológicos e bioquímicos. Verificou-se que os caracteres que constituem uma vocalização evoluem em taxas diferentes. Em hilídeos, caracteres aliados com os aspectos morfológicos de produção de som foram mais conservadores do que aqueles baseados nos aspectos fisiológicos ou comportamentais da vocalização, enquanto em bufonídeos as taxas de divergência desses tipos de caracteres não foram diferentes. Padrões na variação de caracteres observados dentro de conjuntos de parentes próximos sugerem um foco para o processo de investigação orientado pela identificação da origem e direção das mudanças importantes no comportamento de vocalização.

Anurofauna de remanescentes de floresta Atlântica do município de São José do Barreiro, estado de São Paulo, Brasil

Herbert Serafim, Susan Ienne, Paulo José P. Cicchi e Jorge Jim

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Resumo: O município de São José do Barreiro (SP), localizado no domínio da Floresta Atlântica, em altitudes que oscilam entre 480 e 2088 m, apresenta grande complexidade topográfica e climática, que resulta na presença de inúmeras fitofisionomias, como os Campos de altitude, Floresta Estacional Semidecidual e Florestas Ombrófilas Densa e Mista. O objetivo deste estudo foi verificar a riqueza de espécies de anuros em duas áreas deste município: uma de Floresta Estacional Semidecidual e outra de Floresta Ombrófila Densa. Foram realizadas buscas ativas diurnas e noturnas, entre abril de 2004 e dezembro de 2006. O inventário resultou no registro de 35 espécies de anuros de nove famílias. A riqueza de espécies observada na área de estudo é similar a de outras localidades consideradas preservadas como a Estação Ecológica Juréia-Itatins (Peruíbe, SP) e a Serra do Japi (Jundiaí-SP). A similaridade na composição de espécies de sete localidades no Estado de São Paulo foi associada à fisionomia da vegetação das áreas amostradas. A grande variação de altitude, a presença de diferentes formações vegetais e o pouco conhecimento da fauna local, torna o inventário da sua anurofauna de suma importância para estudos futuros de conservação destas espécies.

16 de fevereiro de 2012

Anuros da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil

Ana Maria T. Carvalho e Silva, Guilherme R. Silva e Sérgio P. Carvalho e Silva

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Resumo: Um estudo de composição de fauna foi realizado em um reduto de Mata Atlântica na região sul Fluminense, município de Mangaratiba, RJ, no período de maio de 1997 a setembro de 2006. As coletas foram feitas mensalmente nos cinco primeiros anos e bimensalmente nos outros cinco anos, totalizando 82 excursões. As visitas tiveram duração média de duas noites, com uma equipe de quatro pessoas, utilizando a metodologia de busca ativa visual e auditiva. Ao todo foram registradas para a região quarenta e uma espécies de vinte e um gêneros, distribuídos em nove famílias: Amphignathodontidae (três), Brachycephalidae (seis), Bufonidae (dois), Centrolenidae (um), Cyclorhamphidae (dois), Hylidae (21), Hylodidae (dois), Leptodactylidae (três) e Microhylidae (um). As espécies foram relacionadas aos diversos micro-ambientes de reprodução encontrados na Reserva Rio das Pedras (ReRP) e foram feitas considerações sobre seu estado de conservação. A distribuição geográfica e a variação altitudinal de Gastrotheca albolineata foram ampliadas. Proceratophrys appendiculata e Bokermannohyla circumdata tiveram também sua variação altitudinal ampliada. Scinax angrensis e Aplastodiscus eugenioi foram incluídas na lista de anfíbios do estado do Rio de Janeiro. A anurofauna da ReRP representa 25% do total de espécies de anuros do estado do Rio de Janeiro, contendo uma espécie ameaçada de extinção na categoria “em perigo” (EN), uma “quase ameaçada”(NT) e outra com distribuição restrita. O número de espécies foi considerado expressivo quando comparado com outras áreas de Mata Atlântica do Estado de São Paulo.

15 de fevereiro de 2012

Global Change in Forests: Responses of Species, Communities, and Biomes

Andrew J. Hansen, Ronald P. Neilson, Virginia H. Dale, Curtis H. Flather, Louis R. Iverson, David J. Currie, Sarah Shafer, Rosamonde Cook and Patrick J. Bartlein

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Resumo: A mudança global é freqüentemente percebida como modificações induzidas pelo homem no clima. As atividades humanas indiscutivelmente alteraram a atmosfera, e, provavelmente, o clima. Ao mesmo tempo, a maioria das florestas do mundo também têm sido extensivamente modificadas pelo uso humano do solo. Assim, o clima e uso do solo são duas pontas de mudanças globais induzidas pelo homem. O efeito  destas forças sobre as florestas é mediada pelos organismos dentro de florestas. A consideração do clima, uso do solo e da diversidade biológica é fundamental para a compreensão da resposta das florestas às alterações globais.

Shedding Light on Ultraviolet Radiation and Amphibian Embryos

Lawrence E. Licht

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Resumo: A hipótese de que o aumento da radiação ultravioleta-B (UVB) é um fator causal para o declínio das populações de anfíbios tem recebido considerável atenção nos meios científicos e público. Para avaliar a validade desta hipótese, é necessário analisar os fatores ambientais naturais e traços biológicos de anfíbios que os protegem da radiação UVB. Uma leitura cuidadosa da literatura revela que maioria dos estudos publicados sobre os efeitos da radiação UVB ambiente em embriões de anfíbios não encontraram qualquer aumento da mortalidade. Esses poucos relatos que mostram efeitos nocivos empregam métodos experimentais que não dá importância suficiente sobre os fatores naturais abióticos e bióticos que fornecem proteção a radiação UVB. No laboratório, os embriões de anfíbios são resistentes a doses de radiação UVB muito superiores aos que normalmente recebem luz solar ambiente. A substância gelatinosa em torno de ovos de anfíbios absorve a radiação UVB, como revelado por medidas espectrais de absorbância; após a exposição UVB, embriões com a substância gelatinosa removida mostram uma mortalidade significativamente maior do que aqueles com substância gelatinosa intacta. À luz deste e de outros fatores mitigadores, a hipótese que a radiação UVB ambiente provoca uma mortalidade de anfíbios e declínio da população não pode ser suportada.

13 de fevereiro de 2012

New Amphibians and Global Conservation: A Boost in Species Discoveries in a Highly Endangered Vertebrate Group

Jörn Köhler, David R. Vieites, Ronald M. Bonett, Francisco H. García, Frank Glaw, Dirk Steinke and Miguel Vences

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Resumo: Anfíbios são caracterizados por um número fortemente crescente de espécies recém-descobertas e por um elevado grau de declínio. O aumento observado em número de espécies, mais de 25 por cento em 11 anos, é em grande parte devido à exploração intensificada das áreas tropicais e a aplicação de técnicas mais eficientes, como a bioacústica e genética molecular, ao invés da elevação de subespécies a espécies ou a distinção de espécies que foram anteriormente considerados sinônimos. Dentre os  "mantelídeos"  de Madagascar, muitas espécies recém-descritas entre 1992 e 2004 foram tão geneticamente divergentes quanto os descritos em períodos de investigação anteriores e não foram previamente recolhidos, confirmando a ausência de "inflação taxonômica" nesta classe de vertebrados. Exploração taxonômica ainda é desesperadamente necessário para evitar erros de interpretação na política global de conservação.

Challenges in Evaluating the Impact of the Trade in Amphibians and Reptiles on Wild Populations

Martin A. Schlaepfer, Craig Hoover and C. Kenneth Dodd Jr.

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Resumo: Anfíbios e répteis são retirados do meio natural e vendidos comercialmente como alimentos, animais de estimação e medicamentos tradicionais. A coleta indiscriminada de algumas espécies destaca a necessidade de avaliar o comércio e garantir que ele não está contribuindo para o declínio nas populações selvagens. Diferentemente da maioria dos países, os Estados Unidos acompanha as importações e exportações de todos os anfíbios e répteis. Registros de 1998 a 2002 revelam um comércio nos EUA de vários milhões de anfíbios e répteis selvagens capturados a cada ano, embora muitas remessas não são registradas ao nível da espécie. A magnitude e ao conteúdo do comércio global carrega incógnitas ainda maiores. A ausência no comércio de informações biológicas precisas para a maioria das espécies, torna difícil estabelecer se os níveis atuais são sustentáveis. O vazio da informação também implica em que a população decline devido à coleta indiscriminada que ocorre sem ser percebida. Mudanças nas políticas de aquisição de informação de base biológica, assegurando um comércio sustentável, são urgentemente necessários.

9 de fevereiro de 2012

Habitat use by a tree frog species of Scinax (Amphibia, Hylidae) at an urban forest fragment from south-eastern Brazil

Conrado A. B. Galdino, Ronald R. Carvalho Jr., Mauren A. V. Noronha e Menezes e Luciana B. Nascimento

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Resumo: No presente estudo é tratado o uso do hábitat por Scinax aff. perereca, durante o período de agosto de 1996 a agosto de 1997 em uma área de mata urbana em Belo Horizonte, Minas Gerais, sudeste do Brasil. Machos em atividade de vocalização foram encontrados em setembro, outubro e dezembro de 1996 e de fevereiro a abril e junho de 1997. As fêmeas foram capturadas apenas em outubro de 1996. Os indivíduos foram encontrados em galhos da vegetação no solo ou em pedras próximas a quedas de água. Na área estudada, S. aff. perereca usa nove tipos de substratos, sendo os mais freqüentes a vegetação herbácea, pedras na margem do riacho e troncos caídos. O padrão de ocupação espacial variou ao longo dos meses. Os machos foram encontrados vocalizando em agregados e a largura de nicho espacial foi diretamente relacionada a abundância da espécie.

The ecology of extinction: population fluctuation and decline in amphibians

David M. Green

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Resumo: Mesmo entre espécies generalistas com elevado potencial reprodutivo e capacidade de dispersão significativa, a probabilidade de extinções deve ser correlacionada tanto com a variação do tamanho populacional, quanto com a extensão do isolamento da população. Para abordar como a variação nas características demográficas e exigências do habitat podem refletir sobre o risco comparativo de declínio das espécies, examinei 617 séries temporais de dados populacionais do censo derivado de 89 espécies de anfíbios que utilizam a estimativa normalizada da taxa de aumento realizado, DeltaN, e sua variância . Os anfíbios estão comprovadamente em declínio geral e apresentam uma grande variação na capacidade de dispersão, características demográficas e tamanhos populacionais. Eu comparei as espécies de acordo com a história de vida e características de uso do habitat. Entre as populações examinadas, o declínio acentuado ainda supera as magnitudes médias e os declínios e aumentos não foram comprovadamente diferentes, fundamentando o real declínio dos anfíbios. Isto não dá nenhum apoio para a idéia de que tamanhos populacionais de anfíbios são ditadas por períodos com anos relativamente raros de recrutamento, compensados ​​por anos de declínio gradual de tal forma que declínios podem superar os aumentos sem efeito negativo. Para qualquer tamanho de uma determinada população, as populações que vivem em grandes riachos ou em poças tiveram variação significativamente maior do que populações de anfíbios completamente terrestres ou demais espécies de riacho. Isso não poderia estar relacionada à complexidade da história de vida, tendo em vista que todas as espécies de raicho examidandas têm estágio larval e todas as espécies totalmente terrestres têm desenvolvimento direto, sem estágio larval. Variância em DeltaN era mais elevada entre as menores populações em cada grupo de comparação. A estimativa da taxa de extinção local foi em média 3,1% entre anuros que se reproduzem em poças, 2,2% para salamandras que se reporduzem em poças e insignificante para espécies de riacho e terrestres com desenvolvimento direto. Recuperações ligeiramente ultrapassaram extinções entre anuros europeus que se reproduzem em poças, mas não entre os anuros norte-americanos que se reproduzem em poças. Espécies menos comuns apresentaram maiores disparidades negativas entre extinções e recuperações. Espécies com populações altamente flutuantes e altas freqüências de extinções locais que vivem em ambientes mutáveis, tais como poças e riachos, podem ser especialmente suscetível à redução da dispersão e à restrição de habitat.

8 de fevereiro de 2012

Pond Permanence and the Effects of Exotic Vertebrates on Anurans

Michael J. Adams

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Resumo: Em muitas poças permanentes em toda America do Norte, a introdução de uma variedade de peixes exóticos e rãs (Rana catesbeiana) está correlacionada com uma diminuição de populações de anfíbios nativos. Efeitos diretos de espécies exóticas são suspeitos de serem responsáveis ​​pela raridade de alguns anfíbios nativos e são uma hipótese para explicar a prevalência dos declínios populacionais de anfíbios na América do Norte. No entanto, a previsão de que as poças permanentes ocupadas por espécies exóticas estariam disponíveis para anfíbios nativos,  se as espécies exóticas estivessem ausentes, não tem sido testada. Eu usei uma série de experimentos em espaço confinado para testar se a sobrevivência das larvas de Rana aurora aurora e Hyla regilla é igual em poças permanentes e temporárias da Puget Lowlands, Washington, EUA. Eu também examinei os efeitos diretos das larvas de rã-touro e peixe-lua. A sobrevivência de ambas as espécies de anuros nativos foi geralmente menor em lagoas permanentes. Apenas uma lagoa permanente de seis foi exceção a esse padrão. As lagoas permanentes apresentaram maiores taxas de sobrevivência das larvas na ausência de efeitos diretos das espécies exóticas. A presença de peixes em recintos reduziu a sobrevivência para perto de zero para ambas as espécies nativas. Um efeito das larvas de rã-touro sobre a sobrevivência das larvas de Hyla regilla não foi detectado, mas os efeitos sobre Rana aurora aurora foram confusos. A hipótese de que a limitação de alimento seja responsável pela baixa sobrevivência das larvas nativas em algumas poças permanentes lagoas não foi suportada. Meus resultados confirmam que os efeitos diretos negativos dos vertebrados exóticos em anuros nativos ocorrem, mas sugerem que eles podem não ser importantes para os padrões de ampla distribuição. Em vez disso, os gradientes de habitat ou efeitos indiretos das espécies exóticas parecem desempenhar papéis importantes. Eu encontrei apoio para o papel da permanência como um agente de estruturação das comunidades nas poças em Baixada Puget, mas nem a permanência nem os vertebrados exóticos explicam totalmente a variabilidade observada na sobrevivência das larvas dos anuros estudados.

Assessing the value of secondary forest for amphibians: Eleutherodactylus frogs in a gradient of forest alteration

Gentile Francesco Ficetola, Dario Furlani, Giorgio Colombo and Fiorenza di Bernardi

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Resumo: As florestas secundárias constituem uma parcela crescente das áreas florestais em todo o mundo. Elas podem ter um papel importante para a conservação da biodiversidade em áreas tropicais, mas há pouca informação sobre o seu potencial para apoiar as espécies florestais e a recuperação das comunidades faunísticas. Estudamos duas rãs de floresta (Eleutherodactylus diastema e E. fitzingeri) em uma área de Costa Rica composta por um mosaico de floresta primária, floresta secundária jovem e pastagem, e comparamos a densidade de indivíduos acusticamente ativos em áreas com diferentes alterações de florestas. Modelos autorregressivos foram usados ​​para compensar efeitos de autocorrelação e pseudorrepetição potencialmente indesejáveis. Ambas as espécies foram mais abundantes em mata ciliar, floresta primária. No entanto, E. fitzingeri foi também abundante em mata ciliar de florestas secundárias, e sua densidade longe do rio foi semelhante em floresta primária e secundária, sugerindo que a proximidade do rio pode influenciar a recuperação de floresta secundária para anfíbios. Inversamente, a densidade de E. diastema foi semelhante na floresta secundária e pastagem, destacando diferenças interespecíficas para a taxa de recuperação. Estes sapos têm um papel fundamental na ciclagem de nutrientes e teias alimentares, e sua pronta recuperação pode representar um passo importante para a recuperação funcional das florestas. No entanto, a forte diferença interespecífica salienta a complexidade destes processos.

7 de fevereiro de 2012

Deforestation and the Structure of Frog Communities in the Humedale Terraba-Sierpe, Costa Rica

Dario Furlani, Gentile Francesco Ficetola, Giorgio Colombo, Murat Ugurlucan and Fiorenza di Bernardi

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Resumo: A perda de florestas tropicais é uma das principais causas de perda de biodiversidade em todo o mundo. Apesar da drástica modificação do habitat ter se mostrado afetar negativamente os anfíbios, estamos longe de uma compreensão completa da resposta das comunidades de anfíbios em função de desmatamento. Estudamos uma assembléia de anfíbios anuros em um gradiente de modificação da floresta em uma área úmida da Costa Rica, onde a floresta primária foi parcialmente convertida em pastagens. A área de estudo é um mosaico de florestas primárias, pastos abandonados coberta por floresta secundária e pastagem. A riqueza de espécies foi avaliada através de períodos de caminhada ao acaso e transectos para detectar indivíduos vocalmente ativos. Nós também medimos parâmetros ecológicos para avaliar a relação entre a alteração da paisagem e distribuição de anfíbios. A área de estudo abrigou um grande número de espécies de anfíbios. Focamos nosso monitoramento em seis anuros: Leptodactylus labial, Eleutherodactylus fitzingeri, E. diastema, Hyla rosenbergi, H. microcephala, e Cochranella granulosa. Três espécies (L. labialis, H. rosenbergi, e H. microcephala) foram mais abundantes em áreas de pastagem com presença de gado, enquanto E. fitzingeri, E. diastema, e C. granulosa foram associados com floresta primária. Maior parte da variação na estrutura da comunidade foi explicada pelo efeito conjunto de alteração de florestas e a presença de gado. Enquanto que espécies especialistas em habitats florestais sofrem efeito negativo direto do desmatamento, espécies generalistas podem levar vantagem da alteração das florestas e a presença de animais de fazenda. Espécies que são capazes de tirar proveito das novas características ambientais associados com modificações das paisagens provocadas pelo homem prevalecerão nas novas comunidades


MORPHOLOGICAL DIVERSITY AND EVOLUTION OF EGG AND CLUTCH STRUCTURE IN AMPHIBIANS

Ronald Altig and Roy W. McDiarmid.

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Resumo: A primeira parte da presente síntese resume a morfologia das camadas gelatinosas que cercam um óvulo de anfíbio. Propomos uma terminologia padrão e discutimos a evolução das camadas gelatinosas. A segunda parte analisa a diversidade morfológica e disposição dos ovos depositados, o modo de oviposição; nós reconhecemos 5 classes morfológicas, incluindo 14 modos. Discutimos um pouco sobre oviduto, oviposição e eventos pós oviposição que contribuem para essas morfologias. Nós incorporamos dados a partir de táxons em todo o mundo, mas reconhecer que outros tipos virão a ser descobertos pode modificar compreensão destes modos. Finalmente, discutimos o contexto evolutivo da diversidade da estrutura da desova e apresentamos uma primeira estimativa de sua evolução.




6 de fevereiro de 2012

Impacto do desmatamento e formação de pastagens sobre a anurofauna de serapilheira em Rondônia

Paulo Sérgio Bernarde e Lílian Cristina Macedo

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Resumo: A riqueza e a diversidade de anfíbios anuros de serapilheira em áreas de floresta e de pastagem foram estudadas em Rondônia. A eficiência da utilização de armadilhas de interceptação e queda foi analisada. As armadilhas foram instaladas em três ambientes distintos: interior de floresta, distante de ambientes aquáticos permanentes; interior de floresta, a cerca de 100 metros de rio; área de pastagem, distante de ambientes aquáticos permanentes. Foram capturados 1.324 espécimes pertencentes a 27 espécies, distribuídas em nove famílias: Aromobatidae (1 espécie), Brachycephalidae (2), Bufonidae (4), Cycloramphidae (1), Dendrobatidae (1), Hylidae (5), Leiuperidae (1), Leptodactylidae (7) e Microhylidae (5). O emprego de armadilhas de interceptação e queda permitiu registrar 57% das espécies conhecidas para essa localidade, sendo particularmente eficiente para a captura de anuros de hábitos terrícolas e fossoriais. Foram capturados menos indivíduos nos três meses mais secos e houve maior diversidade durante a estação chuvosa. Maior riqueza e diversidade foram registradas nos ambientes florestados, em relação à pastagem, observando-se decréscimo de espécies com o desmatamento. A conversão da floresta em pastagens ocasiona modificações no ambiente (diminuição de locais para reprodução, diminuição da disponibilidade de alimento, perda da serapilheira, compactação do solo, alterações microclimáticas, aumento da abundância de espécies de áreas abertas, etc.) criando condições desfavoráveis para a sobrevivência de algumas espécies.

Distribuição temporal e diversidade de modos reprodutivos de anfíbios anuros no Parque Nacional das Emas e entorno, estado de Goiás, Brasil

Katia Kopp, Luciana Signorelli e Rogério P. Bastos

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Resumo: As comunidades de anfíbios anuros, principalmente de regiões tropicais, são influenciadas diretamente pelas condições ambientais, as quais desempenham um papel importante na estruturação e regulação das comunidades. Esse estudo teve como objetivo determinar a diversidade de modos reprodutivos, a temporada de vocalização e testar a correlação das variáveis climáticas sobre a riqueza, a abundância dos anuros adultos e dos girinos e sobre a atividade de vocalização dos machos em 12 corpos d'água localizados no interior e entorno do Parque Nacional das Emas, sudoeste do estado de Goiás, Brasil. Foram realizadas 16 amostragens entre dezembro de 2005 e março de 2008. Um total de 25 espécies de cinco famílias foram registradas: Bufonidae (uma espécie), Hylidae (nove espécies), Leptodactylidae (oito espécies), Leiuperidae (seis espécies) e Microhylidae (uma espécie). Quatro padrões de atividade reprodutiva foram reconhecidos entre as espécies: contínuo, intermediário, prolongado e explosivo. A riqueza de anuros adultos, a abundância e atividade de vocalização dos machos foram positivamente relacionadas com a temperatura do ar, umidade e precipitação. A riqueza de girinos foi positivamente relacionada com a precipitação e com a temperatura da água, mas não houve relação da abundância de girinos com nenhum dos descritores climáticos. Foram registrados seis modos reprodutivos: 56% das espécies apresentaram modos reprodutivos aquáticos generalizados (modo 1 e 4), e 44% depositam os ovos em ninhos de espuma (modos 11, 13, 30 e 32). As espécies registradas no presente estudo apresentaram predominância de modos reprodutivos generalizados e padrão reprodutivo tipicamente associado ao período quente e chuvoso, como esperado para regiões tropicais sazonais. Entretanto, a segregação temporal entre grupos de espécies dentro do período chuvoso parece facilitar a coexistência de espécies generalistas típicas de áreas abertas e/ou antrópicas.

Reproductive modes and fecundity of an assemblage of anuran amphibians in the Atlantic rainforest, Brazil

Marília T. Hartmann, Paulo A. Hartmann e Célio F. B. Haddad

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Resumo: Neste estudo são apresentados os modos reprodutivos e as relações de tamanho-fecundidade dos anuros encontrados em Picinguaba, uma região de Mata Atlântica no litoral norte do estado de São Paulo. Foram registrados 13 modos reprodutivos, confirmando a alta diversidade de modos reprodutivos encontrados na Mata Atlântica. A diversidade de modos reprodutivos observados na Mata Atlântica é o resultado do sucesso dos anuros na utilização dos diversos microhábitats úmidos desse bioma. Os comprimentos rostro-cloacais de 715 indivíduos de 40 espécies de anuros foram medidos. Foram consideradas as relações de tamanho-fecundidade para 12 espécies. O tamanho do corpo explicou entre 57% e 81% da variação no tamanho da ninhada. Os modos reprodutivos aquáticos apresentaram maior número de ovos, comparados aos modos reprodutivos terrestres ou arborícolas. As espécies com maior tamanho de ovos foram as que apresentaram modos reprodutivos especializados.

5 de fevereiro de 2012

Escolha de áreas prioritárias de conservação de anfíbios anuros do Cerrado através de um modelo de populações centrais-periféricas

Gabriela C. C. Padua, Miriam P. Pinto e José A. F. Diniz-Filho.

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Resumo: Uma das maiores ameaças à diversidade biológica é a perda de hábitat, de modo que uma das alternativas para proteção da biodiversidade é a seleção de reservas pela utilização de procedimentos de otimização para estabelecer áreas prioritárias para conservação. Neste estudo, um algoritmo simulated annealing foi usado para verificar como a periferia das distribuições das espécies influencia na seleção de áreas no Cerrado para conservação de 131 espécies de anfíbios anuros. Dois conjuntos de dados foram analisados, um contendo a distribuição original das espécies e outro excluindo a periferia das distribuições. As redes ótimas encontradas a partir das distribuições originais contiveram 17 quadrículas enquanto aquelas encontradas a partir das distribuições restritas foram maiores, com 22 células. As células com alto grau de insubstituibilidade foram mantidas em todas as redes e novas regiões de células substituíveis, localizadas na margem do bioma, surgiram quando apenas as distribuições reduzidas foram usadas.

Anurans of the Serra do Caraça, southeastern Brazil: species composition and phenological patterns of calling activity

Marco A. S. Canelas e Jaime Bertoluci

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Resumo: Estudamos os padrões anuais de atividade vocal e reprodutiva de 38 espécies de anuros da Serra do Caraça, uma reserva de 11.233 ha localizada na zona de contato entre o Cerrado e a Mata Atlântica na porção sul da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais, Sudeste do Brasil. Cinco padrões foram evidenciados: (1) espécies que vocalizaram o ano todo ou quase o ano todo com agregações maiores geralmente observadas na estação chuvosa, (2) espécies com atividade vocal oportunista associada à precipitação durante os meses mais úmidos, (3) espécies de inverno, (4) espécies com reprodução explosiva com atividade vocal disparada por chuvas intensas durante a estação chuvosa ou apenas no início dessa estação e (5) espécies de verão com temporadas de vocalização variáveis. O número de espécies vocalmente ativas e o número de espécies que apresentaram agregações máximas de machos ativos mostraram-se positivamente correlacionados tanto com a temperatura média mensal como com a precipitação mensal acumulada.

Species richness, relative abundance, and habitat of reproduction of terrestrial frogs in the Triângulo Mineiro region, Cerrado biome, southeastern Brazil

Ariovaldo A. Giaretta, Marcelo Menin, Kátia G. Facure, Marcelo N. C. Kokubum e Júlio C. Oliveira Filho

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Resumo: Neste estudo foram determinados a riqueza, abundância relativa e hábitat de reprodução de anuros terrestres em três municípios do Triângulo Mineiro, sul do Bioma Cerrado, sudeste do Brasil, baseados em observações de campo e armadilhas de interceptação e queda. Foram encontradas 32 espécies pertencentes às famílias Brachycephalidae, Bufonidae, Cycloramphidae, Dendrobatidae, Leiuperidae, Leptodactylidae e Microhylidae. Muitas dessas espécies foram encontradas em áreas abertas e se reproduziram em ambientes artificiais gerados por ação antrópica, tais como lagos (10 espécies) e poças (14 espécies). Physalaemus cuvieriFitzinger, 1826 (Leiuperidae) foi a espécie dominante, representando 48% do total amostrado. Um grande número de indivíduos de diferentes espécies foi capturado na estação chuvosa, quando muitas das espécies estavam reproduzindo. As áreas amostradas na região do Triângulo Mineiro apresentaram um maior número de espécies quando comparadas com outras áreas do bioma Cerrado, o que pode ser atribuído à maior área amostrada, ao maior esforço de coleta, baixa altitude e presença de hábitats gerados por ação antrópica. A riqueza de anuros terrestres também foi maior do que àquela encontrada em localidades florestadas no sudeste do Brasil, indicando que o número de espécies não pode ser explicado somente pela precipitação e tipo de cobertura vegetal da área. A grande abundância de indivíduos durante a estação chuvosa pode estar relacionada ao maior movimento de adultos para hábitats de reprodução e ao recrutamento e dispersão de juvenis. A heterogeneidade dos ambientes no bioma Cerrado, incluindo algumas de suas áreas com maiores altitudes, contribui para a alta diversidade (local e regional) de espécies de anuros.

3 de fevereiro de 2012

Feeding habits of six anuran (Amphibia: Anura) species in a rainforest fragment in Northeastern Brazil

Ednilza M. Santos, Argus V. Almeida e Simão D. Vasconcelos.

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Resumo: Embora o Brasil abrigue uma das faunas de anuros mais abundantes no mundo, as informações quantitativas em ecologia e dieta de anuros são limitadas, especialmente na região Nordeste. Nós analisamos a dieta de seis espécies: Hyla albomarginata, Hyla cf. branneri, Hyla minuta, Phyllomedusa aff. hypochondrialis (Hylidae), Leptodactylus natalensis e Physalaemus cuvieri (Leptodactylidae) em uma poça temporária em um fragmento florestal em Pernambuco, entre 1999 e 2000. Nós analisamos a composição da dieta, o grau de preferência alimentar e as variações sazonais na dieta. Leptodactylus natalensis e P. cuvieri apresentaram maior diversidade de dieta, enquanto que H. minutaconsumiram apresentou menos itens alimentares. Insecta, Arachnida e plantas foram os itens preferenciais para a maioria das espécies. Acari foram consumidos por todas as espécies; Hymenoptera, Odonata e Coleoptera
foram também frequentemente consumidas. Um pequeno aumento na diversidade da dieta ocorreu na estação chuvosa. As espécies apresentaram um comportamento alimentar generalista, embora P. cuvieri tenha consumido Formicidae como presa principal.

ATIVIDADE REPRODUTIVA DE PHYSALAEMUS SIGNIFER (ANURA, LEPTODACTYLIDAE) EM AMBIENTE TEMPORÁRIO

Henrique Wogel, Patrícia A. Abrunhosa e José P. Pombal Jr.

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Resumo: A atividade reprodutiva de Physalaemus signifer (Girard, 1853) foi monitorada a de Julho de 1999 a julho de 2000 em uma lagoa temporária no Palmital, município de Saquarema, Estado do Rio de Janeiro, Mata Atlântica, Brasil. Machos estavam sexualmente ativos apenas em quatro noites, chegando ao lago no início da estação chuvosa. Machos em amplexo foram maiores e passaram mais noites na agregação reprodutiva do que os solitários. O número de noites foi correlacionado com a massa dos machos. Machos adotaram um comportamento satélite como tática alternativa para a aquisição do encontro reprodutivo. Alterações entre táticas de vocalização e de comportamento satélite foram observados em noites diferentes. Machos acusticamente ativos não eram maiores e mais pesados ​​do que os satélites. Comportamento satélite parecia estar relacionado com a ordem de chegada na lagoa. Tamanho e massa dos machos não influenciaram os resultados de lutas. Machos residentes ganharam a maioria dos combates físicos. Três tipos de vocalizações foram descritas: anúncio, territorial e de encontro.

RELACIONAMENTO ENTRE ANFÍBIOS ANUROS E BROMÉLIAS DA RESTINGA DE REGÊNCIA, LINHARES, ESPÍRITO SANTO, BRASIL

José Alberto P. Schineider e Rogério L. Teixeira

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Resumo: Alguns anfíbios anuros utilizam as bromélias durante todo o ciclo de vida e outros apenas como abrigo diurno. Na planície costeira arenosa de Linhares, Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, 676 bromélias foram examinadas, sendo 303 Aechmea blanchetiana(Baker) LB Smith., 1955, 287 Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. 1864, e 86 Vrisea procera (Mart. Ex Schult. f.) Wittm, 1891. A análise morfométrica e físico-química de diferentes bromélias evidenciou variações entre as plantas. Durante o período amostrado, seis espécies de anuros foram encontradas dentro das axilas das plantas. O hilídeo Phyllodytes luteolus (Wied, 1824) foi a espécie mais abundante (260 indivíduos). Sua abundância foi maior na bromélia epífita Vrisea procera. Phyllodytes luteolus teve ocorrência mais elevada em bromélias localizadas a uma área de transição entre aberto e sob a vegetação arbustiva. Espécimes de Scinax alterus (Lutz, B., 1973) e Aparasphenodon brunoi Miranda-Ribeiro, 1920, foram mais freqüentes, principalmente em áreas de transição; Bufo granulosus Spix, 1824 ocorreu em áreas abertas e de transição, enquanto Gastrothecafissipis (Boulenger, 1888) e Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) foram encontradas apenas em bromélias localizadas em áreas abertas.

2 de fevereiro de 2012

Sinalização visual e Biologia Reprodutiva de Dendropsophus werneri (Anura: Hylidae) em área de Mata Atlântica no Estado do Paraná, Brasil

Daniele B. Miranda, Michel V. Garey, Emygdio L. A. Monteiro-Filho e Marília T. Hartmann

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Resumo: Estudamos a sinalização visual e a biologia reprodutiva de Dendropsophus werneri, espécie cuja distribuição está limitada à Floresta Tropical Atlântica. O estudo foi desenvolvido no município de Morretes, entre agosto de 2006 e março de 2007; observações adicionais foram realizadas na Reserva Natural Salto Morato, Município de Guaraqueçaba, de setembro de 2006 a março de 2007, ambas no Estado do Paraná, Brasil. As fêmeas foram maiores que os machos. Os machos vocalizaram durante todo o período de estudo em Morretes e em apenas três meses no município de Guaraqueçaba, utilizando a vegetação marginal das poças temporárias como sítio de vocalização. A sinalização visual foi observada em dois contextos: (1) comportamentos agressivos entre dois machos e (2) durante a reprodução, com o macho em amplexo com a fêmea. No comportamento territorial os machos utilizaram sinalização visual, vocalização agressiva e mista além de combate físico. Foi registrado o comportamento satélite em quatro machos. O número de ovos por desova variou de 188 a 310, sendo postos em média 244 ± 32 ovos. Foram observados dois modos reprodutivos: o modo 1 e o modo 24. No presente estudo, Dendropsophus werneri apresentou interações sociais elaboradas envolvendo uso de sinalização visual, comportamento territorial, dois modos reprodutivos distintos e comportamento de côrte com estímulos táteis, demonstrando a complexidade de sua biologia reprodutiva.


A preliminary list of the Herpetofauna from termite mounds of the cerrado in the Upper Tocantins river valley

Lorena A. Moreira, Danté B. Fenolio, Hélder L. R. Silva e Nelson J. Silva Jr.

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Resumo: Termiteiros são conhecidos por oferecer refúgio e micro habitats para uma grande variedade de invertebrados e vertebrados. Aproveitando trabalhos realizados na área de influência de usinas hidrelétricas no vale do rio Tocantins, inspecionamos avaliamos 4.000 termiteiros visando determinar os anfíbios e répteis que se utilizam desses ambientes. Resultados obtidos em duas outras áreas (bacias dos rios Corumbá e Araguaia) foram utilizadas como comparação. No vale do alto rio Tocantins nove famílias, 13 gêneros e 25 espécies de anfíbios e 15 famílias, 32 gêneros e 47 espécies de Squamata foram encontrados nos termiteiros. Esses dados indicam que entre 30.6% e 56.8% das espécies da herpetofauna utilizam termiteiros.

Temporada e turno de vocalização de LeptodactyLus nataLensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura) na mata atlântica de Pernambuco, Brasil

Fabiana O. Amorim, Karin E. von Schmaltz-Peixoto, Luciana C. S. S. Araújo e Ednilza M. dos Santos

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Resumo: A atividade de vocalização de uma população de Leptodactylus natalensis foi monitorada em uma poça temporária entre novembro/2002 e outubro/2004. A poça está situada em um fragmento de Mata Atlântica conhecido como Refúgio Ecológico Charles Darwin, município de Igarassu, Estado de Pernambuco. Os animais apresentaram-se ativos na maioria dos meses, apresentando picos na estação seca. A atividade de vocalização foi registrada durante o dia e a noite. Houve influência negativa e significativa entre a atividade vocal e a temperatura. O número de indivíduos vocalizando não foi significantemente afetado pela precipitação pluviométrica, mas o foi pelo número de fêmeas no ambiente. Verificou-se uma grande plasticidade na atividade de vocalização de L. natalensis durante a temporada e turno.

ESTRATÉGIAS E MODOS REPRODUTIVOS DE ANUROS (AMPHIBIA) EM UMA POÇA PERMANENTE NA SERRA DE PARANAPIACABA, SUDESTE DO BRASIL

José P. Pombal Jr. e Célio F. B. Haddad

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Resumo: Este estudo descreve o padrão temporal, estratégias comportamentais, modos reprodutivos e a fecundidade de uma assembléia de anuros em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, município de Ribeirão Branco, sul do Estado de São Paulo (aproximadamente 24°13'S; 48°46'W; 800 m acima do nível do mar). Trabalho de campo foi realizado entre janeiro e dezembro 1993, totalizando 40 noites de observação. Sete visitas preliminares foram feitas antes deste período e sete após Dezembro de 1993. Observações naturalísticas normalmente se iniciavam antes do por do sol e foram concluídas em torno de 24:00-01:00 h. Em três ocasiões, as observações duraram toda a noite. A estratégia reprodutiva mais comum entre indivíduos de diferentes espécies foi a do macho cantor, mas o comportamento satélite foi observado em algumas espécies. O padrão temporal foi prolongado para as espécies da assembléia, no entanto, algumas espécies vocalizaram apenas ocasionalmente. Seis diferentes modos reprodutivos foram observados na poça ou em suas margens. O CRC das fêmeas de diferentes espécies foi positivamente correlacionada com o volume da desova, independentemente do modo reprodutivo. O CRC das fêmeas também foi positivamente correlacionada com o número de ovos por desova, embora a correlação é mais forte para espécies com um modo reprodutivo generalista. No entanto, para espécies com modo reprodutivo especializado o número de ovos por desova não foi correlacionado com o CRC das fêmeas. A correlação significativa e positiva entre o CRC das fêmeas e o diâmetro dos ovos também foi detectada para espécies com modo reprodutivo generalista. Por outro lado, para espécies com modo reprodutivo especializado o CRC das fêmeas e diâmetro dos ovos foram negativamente correlacionados. Modos reprodutivos terrestres são possivelmente restritos a espécies de pequeno porte. Ovos grandes podem enfrentar problemas de troca de gás devido ao seu maior perído de desenvolvimento e baixa relação superfície/volume.

1 de fevereiro de 2012

Notas Sobre Predação em uma Taxocenose de Anfíbios Anuros no Sudeste do Brasil

José P. Pombal Jr.

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Resumo: Anfíbios anuros são predados por todos os grupos de vertebrados e muitos invertebrados. Todavia os estudos sobre predação em anfíbios anuros ainda são esparsos e anedóticos. Neste estudo são fornecidas informações sobre predação de anuros de uma assembléia no sudeste do Brasil. Invertebrados (aranhas e barata d`água), a rã Leptodactylus cf. ocellatus e cinco espécies de serpentes (quatro Colubridae e um Viperidae)predam espécies ou indivíduos de pequeno porte.

Utilização de Habitats Reprodutivos e Micro-Habitats de Vocalização em uma Taxocenose de Anuros (Amphibia) da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil

Jaime Bertoluci e Miguel Trefaut Rodrigues

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Resumo: Foi estudada a utilização de sítios reprodutivos e de vocalização em uma taxocenose de anuros do Parque Estadual Intervales, uma reserva de Mata Atlântica localizada no sudeste do Brasil (24°12' - 24°25' S, 48°03' - 48°30' W). Os trabalhos de campo foram desenvolvidos entre abril de 1990 e março de 1991. Na área de estudo, foram registradas 47 espécies pertencentes a quatro famílias: Bufonidae (4), Hylidae (24), Leptodactylidae (18) e Microhylidae (1). Foram obtidos dados sobre a distribuição dos hábitats reprodutivos e dos micro-habitats de vocalização para 26 espécies por meio do monitoramento mensal de seis corpos d'água ao longo de um ciclo anual. O número de espécies que utilizaram um determinado hábitat variou de 7 a 22. As espécies foram classificadas como generalistas ou especialistas. A maioria das espécies mostrou preferência por determinados sítios de vocalização. Para algumas espécies, a especificidade por sítios de vocalização pareceu depender da densidade de machos emitindo canto nupcial e não da composição de espécies das agregações reprodutivas.